quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ano internacional das florestas

Mensagem do Senhor Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2011 como o ANO INTERNACIONAL das FLORESTAS.

2011, é o ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS. Queremos mostrar ao País a importância do sector florestal e construir os caminhos para o seu desenvolvimento sustentável. Mais e melhor floresta são os objectivos centrais da acção governativa do Ministério da Agricultura. A floresta é um cluster vital para a nossa economia e para o desenvolvimento rural. Por isso apostámos na certificação florestal, ou melhor na diferenciação positiva das nossas florestas como forma de captar novas oportunidades de negócio e reforçar os ganhos da balança comercial deste sector”.

Ao longo da sua história, Portugal teve uma relação próxima com a floresta e este ano afigura-se como uma oportunidade única para mostrar aos portugueses o significado desta importante riqueza nacional.

A floresta portuguesa é um dos principais sustentáculos da boa qualidade ambiental, já que sequestra mais de 289 milhões de toneladas de dióxido de carbono, purifica e valoriza a água que corre pelas suas encostas e proporciona-nos deslumbrantes paisagens. É nossa obrigação deixar este legado às gerações vindouras.

A floresta ocupa 3,4 milhões de hectares no nosso país, cerca de 39% do território, constitui percentualmente uma das mais elevadas taxas de arborização da União Europeia. Esta vasta área florestal está na base de um sector da economia que representa cerca de 3 % do PIB nacional e assegura mais de 260 mil postos de trabalho, directos e indirectos. Trata-se de um sector dinâmico e competitivo que gera mais de 12% do VAB industrial e é responsável por 11% das nossas exportações. O saldo da balança de comércio externo da actividade florestal é fortemente positivo, com as exportações a superarem as importações em cerca de mil milhões de euros.

O pinheiro bravo, o eucalipto e o sobreiro ocupam 2/3 do coberto florestal nacional. A madeira de pinho é usada na construção, no fabrico de mobiliário e na decoração das nossas casas. Mais recente é a utilização das ramas de pinheiro e de outros sobrantes da actividade florestal no abastecimento das centrais de biomassa, que produzem electricidade mais verde.

As plantações de eucalipto, que ocupam 23% da nossa área florestal, são a principal fonte da matéria-prima usada pelas fábricas de pasta e papel. Com uma área significativa de floresta certificada, o eucalipto está na base de uma fileira industrial que já representa cerca de 6% das exportações nacionais.

Já no sul do país, o pinheiro-manso, a azinheira e o sobreiro constituem a base do tradicional sistema agro-silvo-pastoril que caracteriza as charnecas e as planícies.

A importância da cortiça na economia regional pela ocupação de mão-de-obra rural e no país pelas exportações que gera é por demais conhecida, sendo mundialmente reconhecida a excelência de Portugal no fabrico de rolhas, que exporta para todo o mundo. Menos conhecida, mas igualmente valorizada, é a utilização da cortiça e de aglomerados de cortiça na construção civil e na indústria automóvel. Tudo somado, resulta que Portugal é o maior produtor e exportador de cortiça do mundo. Mas o montado representa muito mais, é a última barreira ao avanço da desertificação e um dos mais importantes locais de biodiversidade na Europa.

Não podemos esquecer a importância da floresta autóctone para a biodiversidade e, nesse domínio, a floresta dos arquipélagos da Madeira e dos Açores merece uma referência especial. A floresta de Laurissilva da ilha da Madeira, que desde 1999 foi reconhecida pela UNESCO como “Património da Humanidade”, alberga espécies endémicas raríssimas que importa preservar.

A floresta portuguesa é fundamental para a sustentabilidade do território português e essencial para garantir a necessária multifuncionalidade da nossa economia rural.

Daqui advém a necessidade do envolvimento de toda população neste desígnio nacional que é proteger e fazer crescer este património que é de todos – a floresta portuguesa!


Proença-a-Nova, 2 de Fevereiro de 2011

Rui Pedro de Sousa Barreiro

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